Uma leitura que retrata as relações humanas de forma poética, porém com linguagem simples e acessível que convida a refletir sobre sentimentos e situações do cotidiano.
Existem um grande número de pessoas resistentes à literatura de Paulo Coelho, mas esqueça tudo que você já ouviu falar e dê uma chance à esse livro. Embora tenha uma história, ela é desenvolvida somente no começo e os demais capítulos são praticamente independentes, permitindo a leitura esporádica dos trechos sem perder a essência do texto. Ele aborda, de forma maravilhosa temas como solidão, beleza, amor, morte, trabalho... Assuntos aparentemente simples, com análise de sentimento, juízo de valor e profundidade.
FICHA TÉCNICA
O MANUSCRITO ENCONTRADO EM ACCRA
Autor: Paulo Coelho
Editora: Sextante
Páginas: 176
Ano de publicação: 2012
Nota no Skoob: 3,8
CURIOSIDADE
O livro é uma adaptação com base na realidade. Em 1945 foram encontrados pergaminhos na região do Egito. Eles tratam assuntos diversos e sua autenticidade foi comprovada (região e época dos escritos). Com base nesse registro histórico, Paulo Coelho fez essa belíssima adaptação.
CONTEXTO
14 de julho de 1099, Jerusalém se preparava para a invasão dos Cruzados. A cidade estava à beira do extermínio. Um grego, convocou reunião em praça pública e a multidão se reuniu supondo que haveria instruções e planejamento de combate para defender a cidade e o povo. O que ocorreu na verdade foi bem diferente: o grego Copta pressentindo o fim iminente, convida todos para refletir sobre sentimentos, valores e característica do povo. Ele desejava gerar registros para que a história daquela gente não desaparece com o massacre que estava por vir, mas que se perpetuasse através dos tempos por meio dos registros históricos gerados nesse encontro. Os moradores começam a sugerir temas diversos e enquanto Copta responde, escribas anotavam os conceitos. Dessa forma todo o conhecimento chegou aos dias atuais.
TRECHOS DO LIVRO
"Há dois tipos de trabalho.
O primeiro é aquele feito apenas por obrigação e para ganhar o pão de cada dia. Neste caso, as pessoas estão apenas vendendo seu tempo, sem entender que jamais poderão comprá-lo de volta.
Passam a existência inteira sonhando com o dia que poderão finalmente descansar. Quando esse dia chega, já estão velhos demais para desfrutar tudo o que a vida pode oferecer.
Essas pessoas jamais assumem a responsabilidade por seus atos. Dizem: "não tenho escolha."
Mas há o segundo tipo de trabalho.
Aquele que as pessoas também aceitam para ganhar o pão de cada dia, mas no qual procuram preencher cada minuto com dedicação e amor aos demais.
A esse segundo trabalho chamamos Oferenda. Porque podemos ter duas pessoas cozinhando a mesma comida e usando exatamente os mesmos ingredientes; mas uma delas colocou Amor no que fazia, enquanto a outra procurava apenas alimentar-se. O resultado será completamente diferente, embora o amor não possa ser visto nem colocado em uma balança."
Então, bateu vontade de ler mais? É um livro bem curto, com capítulos breves e profundos. Não vai tomar muito do seu tempo, mas tem uma mensagem muito bacana. Dá uma chance aí...
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